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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Bola de Cristal do mercado de Trabalho...

Hoje minha bola de cristal acendeu pela manhã, estava pensando no tema do post de hoje e decidi fazer previsões, nào vou falar sobre política, não vou falar sobre o campeonato brasileiro,  não sei os números da megasena, se soubesse não colocaria aqui e na próxima semana estaria escrevendo de algum lugar entre Mônaco e as ilhas gregas.

Vou falar sobre o mercado de trabalho nos próximos 10 anos, não vou falar sobre quais as profissões que serão as top 10 até lá, a bola é de cristal, mas esta meio velhinha, não enxerga isso. Vou fazer algumas contas e se elas estiverem certas vamos sair de um mercado de oferta para um mercado de demanda, e as consequencias destas mudanças.

Caso todas as projeções sobre a economia brasileira estejam certas, teremos ao longo dos próximos 10 anos um crescimento médio de 5% a.a., este crescimento projeta números fantásticos para a economia, teremos um PIB quase duplicado, PIB per capita crescendo quase 75%, em algumas regiões principalmente na Nordeste este crescimento será maior, falamos de taxas indianas de crescimento entre 8 e 9% a.a., acrescentando a este cenário o crescimento da população, da populaçào economicamente ativa,  o aumento na taxa de envelhecimento da populaçào brasileira e a queda na taxa de natalidade, teremos uma pequena revolução.

Com aumento de renda per capita, aumento de renda geral, teremos um mercado interno mais consumidor, teremos mais oportunidades de alavancar nosso negócio, poderemos crescer em vendas, em faturamento, em número de clientes e de negócios. A divisào de renda mais equilibrada gera oportunidade de negócios em grande escala, teremos uma classe média ainda ávida por produtos, teremos entrado no que se chama de ciclo virtuoso.

O mercado de trabalho terá pela primeira vez em duas ou três gerações uma mudança estrutural, passando de um mercado de oferta para um mercado de demanda. Mas o que quer dizer isso, traduzindo, as empresas nào terão mão de obra suficiente para suas operações.

O nível de desemprego cairá a taxas de rotatitividade de mão de obra e a briga mudará de lado, hoje vemos uma busca desenfreada pelo emprego e veremos, ainda durante a metade das próxima década, uma busca desenfreada pelo profissional.

Não vou colocar em discussão aqui fatores catalizadores deste cenário tais como pré-sal, olimpíadas, copa do mundo, mudança do eixo econômico ou fatores mais profundos, seria muito chute dirão alguns.

Estamos numa encruzilhada organizacional, nos próximos 10 anos, talvez 15 ou 20 dependendo destes catalizadores, teremos um mercado de trabalho completamente diferente do atual, queda na taxa de informalidade média que hoje é de 48% da PEA, queda no desemprego, aumento da idade média da população e necessidade de mais qualificação e qualidade na mão de obra.

Como estamos preparando o nosso negócio para isso? Como estamos preparando a atratividade de nosso negócio para isso? Como estamos preparando a área que será mais estratégica da empresa neste cenário?

Se pensarmos em produção, logística, vendas, TI, finanças, controles, planejamento estamos enganados. Todas estas áreas dependem da capacidade da empresa atrair, treinar e reter talentos, e esta área está sendo mal tratada pela organização, pensada no hoje apenas, não está sendo pensada como área estratégica, não como deveria. Temos um gargalo, mais grave do que todos os que o governo nos impõe, só que este é passível de nossa solução.

Sabe o que isso quer dizer se não resolvermos este gargalo? Nos próximos 10 anos, talvez 15 ou 20, a empresa que vai produzir mais, vender mais, crescer mais não é a sua. O concorrente que está pensando nisso está um passo a frente, quem sabe alguns quilometros a frente.

Reclamamos dos gargalos de infraestrutura gerados pelo poder público tais como estradas, aeroportos, portos, hidrelétricas ( aproveitei o apagão), reclamamos dos impostos, da falta de sistemas de educaçào e segurança, mas o que estamos fazendo de sério para resolvermos o nosso gargalo, preparar o RH e em especial o R&S para este novo mercado de trabalho.

Vou dar um exemplo claro, de muitos possíveis, do que esta mudança significa e vou usar coisas bem conhecidas da área de RH.e de quem busca uma nova oportunidade no mercado.

Temos no Brasil um efeito jabuticaba, fruta que só existe no Brasil, no mercado de sites de empregos. Os dois principais players, que se posicionaram de maneira importante no mercado de recolocação profissional, catho e manager, ambos oferecem o job posting gratuito para as empresas e cobram dos candidatos a exposição do curriculum. Ambas as empresas exploram de maneira profissional, inteligente e eficientemente um mercado de oferta abundante de mão de obra, ou seja num mercado com estas caracteristicas paga quem quer se expor ao mercado.

No resto do mundo todo a cultura é o job posting ser pago, ou seja num mercado onde a demanda por mão de obra é (ou era) maior que a oferta, as empresas pagam para expor suas oportunidades ao mercado e o curriculum é exposto gratuitamente. Os maiores players do mundo neste modelo estão no Brasil e lutando para apresentar esta cultura, monster, trabajando, anuntis (infojobs) e alguns brasileiros entre eles, vagas, curriculum, elancers.

Quero com este exemplo mostrar qual a importância do R&S nos próximos anos, mais do que isso sugerir como deveria ser a postura das empresa na atração de talentos, simplesmente esperar chegar esta realidade a nossa porta não vai fazer ela mudar e muito provavelmente se não estivermos preparados de duas uma ou pagaremos mais caro ou não sobreviveremos.

Se hoje reclamamos que não achamos mão de obra qualificada, tenha certeza que dentro de algum tempo estaremos lutando por qualquer mão de obra ou importando mão de obra de algum lugar.

Tenha certeza que China,'Índia, Tailândia, Vietnã, Coréia e outros tantos tigres, leopardos, gatos estão se preparando para isso.

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