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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Talentos ocultos.....lendo o livro além da capa.

Prezados, estive hoje pensando sobre o post que escrevi na últma semana e procurando fundamento em fatos, infelizmente sou um incansável buscador de fatos para balizar decisões e opiniões. Lembrei de um caso recente, que foi notícia em todos os veículos de comunicação do mundo, que reflete muito o post que escrevi.

Falo de Susan Boyle, uma escocesa de 47 anos, camponesa na melhor acepção da palavra, simples, simplória até, dona de um talento musical como poucos que conheci. A história dela é muito interessante, décima filha de um casamento de professor com artesã, filha mais nova que nasceu quando a mãe tinha 47 anos, uma gravidez que redundou em um parto complicado onde Susan ficou vários minutos sem oxigênio. Taxada de débil mental só conseguiu emprego na cozinha da escola em que estudou. Crendo em seu talento participou de diversos concursos musicais em sua região. Nunca tendo ganho nenhum. Será que só agora sua voz se tornou o que é? ou será que seu talento sempre esteve alí, mas sua aparência levou a julgamento ou pré julgamentos.

Aí analiso o vídeo que é sua consagração, visto no youtube por mais de 120 milhões de pessoas ao redor do mundo, reproduzido em todas as línguas e em diversos veículos de comunicação da mídia tradicional. Notem que as expressões dos 3 jurados mudam ao longo do vídeo, notem que a platéia fica extasiada com o talento inato desta moça, mudam desde o primeiro acorde dela, pela primeira vez vêem o talento, vêem o conteúdo dela simplesmente.

Ela não cantou melhor do que cantou em outros tantos concursos, ela não emocionou mais ou menos do que antes, ela simplesmente conseguiu expor seu talento, sua história, seu conteúdo completamente, mesmo com o pré julgamento, o cinismo e o preconceito de todos. Seu talento é diferente de outros cantores? Talvez não, muito provavelmente não, mas as pessoas não conseguem conceber que uma pessoa diferente do que imaginamos como ideal tem muito mais do que sua imagem, do que a capa do livro.

Ela neste vídeo simplesmente consegue expor seu talento. Corajosa ela? muito. Louca por se expor desta maneira? Talvez. Mas segura de seu talento.

Ela precisou de 47 anos para mostrar que é uma excelente profissional em sua área, mais do que isso durante estes 47 anos ela foi rotulada, impediram-na de seguir com seu talento, de explorar seu potencial ao limite.

Trazendo para o mundo corporativo, quero mostrar que antes de julgarmos um profissional por qualquer critério, não falo de deficiências apenas, não seria maduro me ater a isso, talvez precisemos ler o livro inteiro, conhecer o livro inteiro, ouvir mais do que escutar, enxergar mais do que ver, entender mais do que julgar.Ser superficial em julgamentos nos alivia, baliza critérios superficiais, mas talvez tenhamos uma Susan Boyle em nossas mãos, ou muito próximo delas, e não cheguemos nem a escutar o primeiro acorde.

Felizmente esta fase terminou para Susan, lançado, seu CD já se encontra entre os mais vendidos este ano, entrou nos eixos o mundo para este talento e dia mais, dia menos entrará para todos os talentos que estão escondidos atrás de julgamentos, preconceitos, superficialidades e outros, uma questão pura de tempo.

Os que a pré julgaram, bem, estes continuam pré julgando, pré concebendo, com suas verdades, com seus preconceitos, com suas muralhas, pena que continuem com estes valores e procurando a próxima Susan para julgar.

Pense nisso

P.S. : Partindo do dito chinês, que uma imagem vale mais do que 1000 palavras segue o vídeo mais completo que achei, assim conseguimos entender tudo o que disse.
http://www.youtube.com/watch?v=j15caPf1FRk

"O homem não é a soma do que tem, mas a totalidade do que ainda não tem, do que poderia ter"
Jean Paul Sartre

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Reflexão pessoal

Prezados, final de ano, inevitável fazer reflexões de vida, hoje vou falar apenas de minha história. Tenho 39 anos, 22 dos quais vivendo com uma deficiência física, uma grande experiência, me considero um privilegiado. Fiquei tetraplégico aos 16 anos, um acidente dos mais prosaicos, numa tarde quente de janeiro de 1987 mergulhei na piscina e de lá saí direto para uma nova fase de minha vida. Com mais incertezas, com mais esforço, com algumas derrotas e muito mais vitórias.

Um acidentado com traumatismo de coluna cervical é um vitorioso por definição, todos os movimentos que volta a ter são vitórias enormes, mais importantes do que medalhas de ouro, mais importantes que recordes e títulos mundiais.

Conseguir ficar sentado na cama, usar o braço novamente pela primeira vez, voltar a sentar, sentar pela primeira vez na cadeira de rodas, ficar de pé são vitórias que não tem comparação. No dia a dia não damos importância a coisas simples, para um tetraplégico, depois do acidente a vida é um aprendizado, somos novos aprendizes, fazemos tudo que as pessoas fazem, diferente do que os outros, mas com certeza de maneira mais eficiente.

Tive muita sorte, uma equipe médica que além de competente era comprometida, profissionais que mais do que formação eram enviados por Deus, abençoados por Deus, guiados por Deus, pois de outra forma como poderiam eles terem feito milagres comigo e com tantos outros, estes milagres foram muito além e voltei a ficar em pé, depois andar nas barras paralelas, andador, muletas, bengala e finalmente sem apoio.

Somos a única máquina, que mesmo “quebrada”, consegue continuar fazendo as ativididades que fazíamos, de maneira diferente, com mais inteligência e menos músculo, mas com muito mais força que todos.

Tive muita sorte e uma nova chance, pois além destas vitórias incomparáveis tive muitas outras.

Tenho uma vida normal, amigos, família, viagens, aventuras, pratiquei off road com jeeps durante alguns anos, estudei, me formei, fiz cursos de especialização e pós graduação, trabalhei e trabalho, casei, descasei, casei de novo. Tenho dois lindos filhos Giovanna, miinha princesa, e Lucas, meu príncipe. Sou um executivo de alto nível, mais de 20 anos de experiência em empresas no Brasil e fora do Brasil.

Todas estas conquistas foram frutos de grandes batalhas, duras, complexas e impossível dizer que não sou um vitorioso.

Nunca me penalizei por ter acontecido o que aconteceu, fatalidade, destino ou qualquer outro nome que  se queira chamar, aconteceu e pronto. Analisando algumas coisas vejo que ao invés de serem diferenciados positivamente algumas pessoas vêem os deficientes negativamente. Não pensam em nenhum momento que este ser humano é um batalhador, um lutador, um vitorioso.

Viver em um mundo que darwinianamente foi feito para os mais fortes e hábeis com um deficit é uma vitória e tanto, mostra o quão forte é este ser humano, ele é melhor, mais apto e mais forte que qualquer outro dos ditos normais. Pois além dos desafios e limitações de qualquer ser humano ele vive com outras limitações em um mundo não necessariamente dos mais amistosos.

Talvez este indivíduo não corra tão bem quanto o Usain Bolt, talvez não jogue futebol como o Ronaldo, muito provavelmente pode não mirar tão bem quanto os snipers dos filmes policiais e também pode não cantar ou ouvir como um Plácido Domingo, mesmo assim ele vive e vive com dignidade. Dignidade que muitas vezes ele luta para conquistar e pior luta contra todas as dificuldades suas e mais algumas impostas pela sociedade.

Estou desempregado há 10 meses, nunca achei que fosse passar isso, hoje acredito que estou com maiores dificuldades de encontrar um trabalho em virtude de minha deficiência, olham meio de lado, imagino que pensam que por ter alguma sequela eu seja sequelado, tenha menos capacidade do que outros, seja menos resistente que alguns ou aguente menos o tranco que os ditos normais. Ninguém fala, ninguém diz isso claramente, fica a impressão, fica a incerteza, fica o preconceito velado. E sabe o que é pior, e uma batalha que não se tem como lutar, porque o conceito é formado previamente e não se dá a chance de eu, ou qualquer pessoa deficiente ou não, mostrar que tenho muito mais virtudes do que defeitos.

Tive a grata satisfação de conviver ao longo destes 22 anos com gênios, pessoas que tem deficiências e são eficientes, produtivas, competentes, empresários e executivos, pessoas normais que mesmo deficientes viviam como se fosse o último dia de vida deles, com prazer, com alegria, com força e com garra. Se tive professores bons estes foram os melhores.

"Não importa o que fizeram de mim, o que importa é o que faço com o que fizeram de mim"
Jean Paul Sartre

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Bola de Cristal do mercado de Trabalho...

Hoje minha bola de cristal acendeu pela manhã, estava pensando no tema do post de hoje e decidi fazer previsões, nào vou falar sobre política, não vou falar sobre o campeonato brasileiro,  não sei os números da megasena, se soubesse não colocaria aqui e na próxima semana estaria escrevendo de algum lugar entre Mônaco e as ilhas gregas.

Vou falar sobre o mercado de trabalho nos próximos 10 anos, não vou falar sobre quais as profissões que serão as top 10 até lá, a bola é de cristal, mas esta meio velhinha, não enxerga isso. Vou fazer algumas contas e se elas estiverem certas vamos sair de um mercado de oferta para um mercado de demanda, e as consequencias destas mudanças.

Caso todas as projeções sobre a economia brasileira estejam certas, teremos ao longo dos próximos 10 anos um crescimento médio de 5% a.a., este crescimento projeta números fantásticos para a economia, teremos um PIB quase duplicado, PIB per capita crescendo quase 75%, em algumas regiões principalmente na Nordeste este crescimento será maior, falamos de taxas indianas de crescimento entre 8 e 9% a.a., acrescentando a este cenário o crescimento da população, da populaçào economicamente ativa,  o aumento na taxa de envelhecimento da populaçào brasileira e a queda na taxa de natalidade, teremos uma pequena revolução.

Com aumento de renda per capita, aumento de renda geral, teremos um mercado interno mais consumidor, teremos mais oportunidades de alavancar nosso negócio, poderemos crescer em vendas, em faturamento, em número de clientes e de negócios. A divisào de renda mais equilibrada gera oportunidade de negócios em grande escala, teremos uma classe média ainda ávida por produtos, teremos entrado no que se chama de ciclo virtuoso.

O mercado de trabalho terá pela primeira vez em duas ou três gerações uma mudança estrutural, passando de um mercado de oferta para um mercado de demanda. Mas o que quer dizer isso, traduzindo, as empresas nào terão mão de obra suficiente para suas operações.

O nível de desemprego cairá a taxas de rotatitividade de mão de obra e a briga mudará de lado, hoje vemos uma busca desenfreada pelo emprego e veremos, ainda durante a metade das próxima década, uma busca desenfreada pelo profissional.

Não vou colocar em discussão aqui fatores catalizadores deste cenário tais como pré-sal, olimpíadas, copa do mundo, mudança do eixo econômico ou fatores mais profundos, seria muito chute dirão alguns.

Estamos numa encruzilhada organizacional, nos próximos 10 anos, talvez 15 ou 20 dependendo destes catalizadores, teremos um mercado de trabalho completamente diferente do atual, queda na taxa de informalidade média que hoje é de 48% da PEA, queda no desemprego, aumento da idade média da população e necessidade de mais qualificação e qualidade na mão de obra.

Como estamos preparando o nosso negócio para isso? Como estamos preparando a atratividade de nosso negócio para isso? Como estamos preparando a área que será mais estratégica da empresa neste cenário?

Se pensarmos em produção, logística, vendas, TI, finanças, controles, planejamento estamos enganados. Todas estas áreas dependem da capacidade da empresa atrair, treinar e reter talentos, e esta área está sendo mal tratada pela organização, pensada no hoje apenas, não está sendo pensada como área estratégica, não como deveria. Temos um gargalo, mais grave do que todos os que o governo nos impõe, só que este é passível de nossa solução.

Sabe o que isso quer dizer se não resolvermos este gargalo? Nos próximos 10 anos, talvez 15 ou 20, a empresa que vai produzir mais, vender mais, crescer mais não é a sua. O concorrente que está pensando nisso está um passo a frente, quem sabe alguns quilometros a frente.

Reclamamos dos gargalos de infraestrutura gerados pelo poder público tais como estradas, aeroportos, portos, hidrelétricas ( aproveitei o apagão), reclamamos dos impostos, da falta de sistemas de educaçào e segurança, mas o que estamos fazendo de sério para resolvermos o nosso gargalo, preparar o RH e em especial o R&S para este novo mercado de trabalho.

Vou dar um exemplo claro, de muitos possíveis, do que esta mudança significa e vou usar coisas bem conhecidas da área de RH.e de quem busca uma nova oportunidade no mercado.

Temos no Brasil um efeito jabuticaba, fruta que só existe no Brasil, no mercado de sites de empregos. Os dois principais players, que se posicionaram de maneira importante no mercado de recolocação profissional, catho e manager, ambos oferecem o job posting gratuito para as empresas e cobram dos candidatos a exposição do curriculum. Ambas as empresas exploram de maneira profissional, inteligente e eficientemente um mercado de oferta abundante de mão de obra, ou seja num mercado com estas caracteristicas paga quem quer se expor ao mercado.

No resto do mundo todo a cultura é o job posting ser pago, ou seja num mercado onde a demanda por mão de obra é (ou era) maior que a oferta, as empresas pagam para expor suas oportunidades ao mercado e o curriculum é exposto gratuitamente. Os maiores players do mundo neste modelo estão no Brasil e lutando para apresentar esta cultura, monster, trabajando, anuntis (infojobs) e alguns brasileiros entre eles, vagas, curriculum, elancers.

Quero com este exemplo mostrar qual a importância do R&S nos próximos anos, mais do que isso sugerir como deveria ser a postura das empresa na atração de talentos, simplesmente esperar chegar esta realidade a nossa porta não vai fazer ela mudar e muito provavelmente se não estivermos preparados de duas uma ou pagaremos mais caro ou não sobreviveremos.

Se hoje reclamamos que não achamos mão de obra qualificada, tenha certeza que dentro de algum tempo estaremos lutando por qualquer mão de obra ou importando mão de obra de algum lugar.

Tenha certeza que China,'Índia, Tailândia, Vietnã, Coréia e outros tantos tigres, leopardos, gatos estão se preparando para isso.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O recrutamento e seleção também tem que ser estratégico.

Estou em transição de carreira, mais um neologismo politicamente correto para o desemprego, ou talvez uma maneira menos negativa de dizer que neste momento o profissional se sente como um navio numa tempestade nível 5. Digo navio pois qualquer marinheiro sabe que numa tempestade nível 5 nenhum barco menor se aventura no mar.

Ultimamente tenho estado mais próximo do que gostaria dos profissionais de recrutamento e seleção, não porque não queira participar de processos de recrutamento, mas porque tenho visto absurdos que me assustam da falta de comprometimento desta área de uma empresa com sua atividade principal, que é atrair talentos.

Estive participando diretamente e como finalista de pelo menos 5 ou 6 processos nos últimos meses, para cargos de alta gerência em empresas de médio e grande portes, algumas líderes em seus segmentos. O que mais me espantou é que mesmo sendo um dos finalistas, quando você passa pelo headhunter, pelo RH, pela entrevista com o gestor ou gestores, mesmo assim no final, não sendo o escolhido, e aconteceu em pelo menos 5 destes 6 processos, o descarte é feito da maneira mais amadora que vi. Não discuto critérios, pelo menos não hoje, mas gosto de discutir foco no negócio.

O recrutamento e seleção é responsável pela atração de talentos para uma determinada companhia, da mesma maneira que vendas é reponsável pela atração de fundos para a companhia através da comercialização de produtos ou serviços. E a área financeira é a responsável pela gestão de maneira mais eficiente dos ativos da companhia.

Em qualquer destas duas áreas, vendas e finanças, temos os KPI's prosaicos e de mercado, podemos medir o resultado de uma área comercial pelo volume de vendas, rentabilidade de carteira, fidelidade do consumidor, atendimento as expectativas deste consumidor, churn de clientes e por aí vai. Em finanças temos outros KPI's tais como rentabilidade de investimentos, eficiência em aplicação ou tomada de recursos, gestão de contas a receber, gestão de contas a pagar e outros tantos.

Em recrutamento e seleção temos alguns indíces que refletem sua eficiência, tempo de fechamento de uma vaga, turn over de funcionários, nível de eficiência dos novos contratados e outros que podem variar por mercado e empresa, mas nunca medimos o que o R&S pode fazer com a imagem da empresa.

Em qualquer nível, mas principalmente em níveis mais altos, uma empresa pode ter sua imagem completamente arruinada por um processo mal finalizado. Não discuto a qualidade do processo, porque poderiam dizer que estou sendo revanchista por não ter sido contratado, mas discuto o processo.

Em 5 destes 6 processos, só fiquei sabendo que eu não havia sido selecionado depois de ligar algumas vezes para o headhunter ou ainda a empresa, precisei buscar a informação, a resposta. Se não tivesse havido uma iniciativa de minha parte até hoje estaria esperando uma resposta, lógico que depois de uns 3 ou 4 meses sem resposta provavelmente uma pessoa teria a leve impressão de ter sido excluída do processo, mas sem certeza absoluta.

Se uma áea de vendas der tão pouca atenção aos prospects que ela não atende, por não ter preço, por não ter poduto, por não ser o melhor negócio para o cliente naquela hora ou qualquer outro motivo, esta empresa estará fadada ao fracasso.

Dirão alguns que o R&S não é área de vendas, concordo, mas também o R&S tem seus objetivos, este profissional que não serviu hoje poderá servir em outra oportunidade e quando for o caso será que ele se interessará pela empresa? Será que o relacionamento entre a empresa e este candidato será razoável ou terá sido gerado um atrito desnecessário?

Vou além será que o R&S que reclama da falta de verba, e digo isso de cátedra pois convivi com áreas de R&S em parte da minha carreira e independente do porte da empresa todas reclamam da falta de verbas, está sendo eficiente na utilização da verba que tem quando "queima" todos os candidatos que não foram contratados?

Não digo que seja padrão este comportamento de descarte que passei, pelo que tenho lido também não sou exceção, ou seja existe um número importante de profissionais dos mais diferentes níveis, que chegaram a fases importantes de processos de seleção em nossas empresas, são ótimos profissionais, provavelmente se tívéssemos outras posições seriam contratados, poderiam agregar em muito a nossa operação, que estão sendo simplesmente mal tratados por nossa organização. Provavelmente não gostarão, nem irão se sujeitar a isso em outro momento e isso pode afetar a perenidade de nosso negócio a longo prazo.

Não aceitamos isso com clientes, porque devemos aceitar isso com outros stakeholders.

Não culpo apenas o R&S, talvez nem seja o principal culpado, afinal com redução de pessoal, redução de estrutura eles se vêem impossibilitados de atender de maneira mais pessoal cada um dos candidatos, mas ao mesmo tempo, não tiro o peso da culpa do R&S, que deve zelar pelo relacionamento com os talentos que estão no mercado e não no nosso time, monitorar estes talentos de maneira estratégica e mantê-los interessados pela empresa. Um e-mail, um telefonema, uma reuniào de 20 minutos resolveria isso e mostraria que o negócio do R&S é atrair talentos e não apenas contratar mão de obra.

P.S: Lembrava de ter lido alguma coisa sobre isso, acho que foi numa entrevista do Ayrton na playboy, não tenho certeza. Mas vejam o resultado de tratar mal um talento : http://samukart.blogspot.com/2009/02/historia-de-ayrton-senna-com.html

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Auto Ajuda ou Alta Ansiedade? - contribuição do meu grande amigo Cadu Lemos

Apenas introduzindo esta contribuição do Cadu, um grande pensador, um grande consultor, um grande fotógrafo e acima de tudo um grande amigo, enviou como colaboração ao Blog e segue publicado abaixo,

Cadu obrigado pelo belo auxílio.

Ajuda ou Alta Ansiedade?

Responda rápido: Você não se cansou ainda de ver nas prateleiras livros pretensiosos, que ditam regras de como ser feliz, como vender de tudo, como alcançar a paz de espírito, como chegar ao nirvana e coisas afins?

Travestidos de textos de descoberta e auto ajuda (não consigo me esquecer da piada do cara que entrou na livraria e pediu ajuda para achar os livros daquela seção…), o que se vê são variações sobre temas similares, releituras de visões e experiências que vem sendo contadas há milênios desde os textos sagrados (estes sim, originais…).

A coisa segue em níveis cada vez mais profundos de pretensão, com títulos que prometem fórmulas e receitas em uma pequena quantidade de passos fáceis.

Vamos refletir sobre um exemplo prático de temas que inundam as prateleiras das livrarias: Vendas e sucesso pessoal.

O primeiro efeito colateral que enxergo é uma quase que total obrigação (por parte de quem lê) de que os conselhos dos textos sejam seguidos à regra.

Explico: Imagine um vendedor bem sucedido, mas como todo o ser humano, também sujeito aos seus tombos.

Quando lê um destes livros, geralmente distribuídos numa convenção de vendas onde a diretoria já mostrou os objetivos daquele trimestre, semestre ou mesmo ano e sinaliza quase que diretamente que o livro pode ser o verdadeiro manual, o incauto se vê numa situação complicada.

Todos os seus pares vão ler o livro. Os concorrentes também.

Nada contra até aí, leitura é sempre saudável.

O problema é que neste momento, imediatamente um botão interno é acionado e o sujeito se vê numa sinuca. Se não praticar o que está dito ali pode não conseguir ser bem sucedido. Nunca mais. Se praticar e não alcançar as promessas que estão no texto, vai se sentir eternamente diminuído em relação aos outros e a si mesmo.

Inicia-se então uma espiral descendente de angústia e ansiedade.

Imagine que esta situação se repete indefinidamente em momentos distintos da vida do ser humano, além dos que menciono aqui: Obesidade, conflitos de relacionamento, sorte no amor, como ficar rico sem fazer força.

O que temos como inevitável conclusão (apontada principalmente pelas grandes tiragens e vendas destes livros) é que existem hoje algumas gerações de pessoas e empresas absolutamente ansiosas por resultados imediatos, de curto prazo e que funcionem como receitas ou mapas de entendimento fácil e aplicação rápida.

O que sobra então para o indivíduo e sua capacidade de realização?

Peter Drucker já disse que se um historiador do futuro olhasse para o final do século XX e todo os seus progressos, não diria que os grandes feitos foram a Internet ou o comércio eletrônico, mas sim a grande mudança na condição humana: A possibilidade de escolher.

Não me parece que sob este ângulo da auto-ajuda, estejamos realmente exercendo esta capacidade. O que vejo com cada vez mais frequência, principalmente no ambiente corporativo é a presença do elemento mais desestabilizador e nocivo que conheço: O medo.

Medo corporativo: “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Ou ainda: “Você não é pago para pensar e sim para trabalhar”.

Medo que causa nas pessoas o desejo inevitável de buscar nos textos fáceis as soluções de curto prazo e com isso, viver com ainda mais medo. Medo de não ser competitivo, de não ser vencedor, de não ter poder.

Então, a questão principal, passa a não ser mais o livro e sim o indivíduo e suas escolhas.

Estar feliz com o que se é e com o que se quer ser é que nos diferencia, além de um comportamento quase rebelde de não se emular idéias e atitudes que de forma insidiosa envolvem as pessoas, fazendo com que se acredite que aquele é o único jeito de fazer as coisas.

O livro é um bom ponto de partida. O que se faz a partir daí é que importa.

Se a ansiedade é maior do que a ajuda, esqueça o livro e os resultados projetados por ele.

Escreva você mesmo a sua história.

fonte: enviado carinhosamente como contribuibuição pelo querido Cadu Lemos, artigo publicado na revista Venda Mais

ANALISTA - UM ASSESSOR OU UM GESTOR SEM PODER DE DECISÃO?

Fiz duras críticas à função de analista nos textos que escrevi, não porque seja contra o analista ou quem exerce esta função, mas pela função em sí. Depois de estruturar o raciocínio e conversar com pessoas de RH descobri que o analista é o responsável por estruturar, compilar e analisar dados para a tomada de decisão de um gestor.  Bom vamos tentar analisar a função em suas principais atividades :

Estruturar a captação de informações - Esta estruturação só é válida levando em consideração o foco no negócio e na decisão, ou seja, é uma decisão de gestão ou direção e não do analista.

Compilação de dados - A compilaçào pode se dar em ERP's, sites do mercado, notícias, clientes, fornecedores ou outros stakeholders e fontes.

Analisar dados - O analista analisa os dados que vão ser levados ao decisor que reanalisando os dados tomará a decisão.

Dito isso, temos o seguinte cenário, o analista é um cargo de assessoria, suas principais funções são  estruturar , substituindo ou complementando um sistema de informações, validando este sistema ou a qualidade destas informações, depois fazer a análise destes dados de acordo com sua visão e entregar a alguém, com outra visão e cultura, para a tomada de uma decisão.

Claramente algumas atividades não só merecem como deveriam ter excelentes analistas, mas excluindo estas atividades a figura do analista é mal utilizada e mal estruturada, ele se coloca entre a deficiência de um sistema de informações e o retrabalho de sua função para o "decision maker".

Penso que o neologismo utilizado para substituir o nome Assessor se deva ao desgaste nos anos 80/90 do cargo de assessoria. Vou mais longe, o Analista faz a função de um gestor, muitas vezes, dependendo da qualidade do gestor, o analista faz sozinho esta função. Por definição de cargo o responsável pela decisão é o gestor, para tomar uma decisão sólida este gestor precisa analisar dados confiáveis sobre seu negócio, ser responsável pela decisão de determinar quais dados são importantes para a sua decisão e saber onde buscá-los. Se estas decisões são transferidas para o analista, e pelas descrições de cargo que tenho visto são, chegamos a um grande problema. Quem gera as informações não decide e quem decide não gera as informações e temos um problema sério de ineficiência, que termina em frustração.

Em minha carreira descobri que a qualidade, quantidade e o modelo de informações que auxiliam a decisão só pode ser de quem vai utilizá-las, o modelo cerebral de cada ser humano é diferente e imutável apesar de se mudar o modelo de raciocínio ao longo do tempo. Se o modelo cerebral é imutável a informação que é importante para um profissional nào é para outro e vice-versa.

Não estou com isto diminuindo a importância de informação, sou um ávido consumidor de informação, criei ao longo de minha vida mais de 100 ferramentas de BI com este objetivo, meus amigos me chamam de Mr Excell por esta característica, sou neurótico por analisar dados e procuro fazer com que os times que gerencio saibam usar estas ferramentas, informação só é válida se toda a estrutura da empresa puder utilizar ela de maneira rápida, fácil e inteligente.

O que discuto é se a função do analista não é superdimensionada, mais do que isso se não estão utilizando um cargo apenas para remunerar de maneira diferente (pagando menos do que deveriam) um gestor que tem seu poder de decisão castrado.

Podemos dizer também que o analista cumpre o papel de uma área de TI capenga, que não consegue oferecer a informação que o gestor precisa, do jeito que ele precisa e quando ele precisa, ou ainda se não estão procurando corrigir erros na formação e na contratação de gestores, que com deficiências graves em seu poder de análise, característica primordial em um gestor, se apoiam em outros profissionais na sua tomada de decisão.

Cabe ao executivo principal da empresa ou da área descobrir como tornar mais eficiente o modelo, investindo nas áreas de TI e na formação de seus gestores, com isso ele conseguirá utilizar o analista onde ele deve ser usado e não pode ser substituído por um sistema e onde ele não mascare a deficiência de um gestor.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Inclusão ou intrusão?

Outro dia falei sobre marketing, tinha encontrado o Professor Marins no Linkedin e isso me deixou muito feliz. Por culpa deste encontro criei este blog e agora não tem mais jeito, como estou desempregado e com tempo vou escrever e muito. Querendo evitar textos novos com muita frequencia me contratem.

Hoje vou colocar um pouco de pimenta neste angú. Sou o que chamam de portador de necessidades especiais. Em 1987 sofri um acidente e fraturei a coluna cervical, C4 e C5 para ser mais exato. Fiquei tetraplégico aos 16 anos, meses de fisioterapia, muita sorte, uma equipe médica de primeira categoria, meu anjo da guarda ao meu lado e uma belíssima força de DEUS me colocaram de pé novamente. Tenho algumas sequelas, mas não sou sequelado como dizem os adolescentes.

Bom disse tudo isso por um motivo simples, fico impressionado com os programas de inclusão de PNE's nas empresas, todos parecem iguais, todos se misturam e ficamos com a impressão, que as empresas vêem os PNE's como números, apenas uma obrigação legal a ser cumprida. Com isso os programas são pouco eficazes, pouco efetivos para os dois lados. E ninguém fica satisfeito, afinal as empresas não tem o número de funcionários para atingir suas cotas, os P'NE's não tem efetivamente uma possibilidade de carreira e o governo não inclui ninguém.

Porque digo isso, vejam as vagas para PNE's nas empresas, leiam com atenção, mais de 90% é para cargos de baixíssima qualificação, e hoje o desespero está tão grande que nem cargo eles divulgam mais, ou seja as empresas pensam assim "Já que tenho que cumprir esta maldita cota, que seja pelo menor custo possível". Em nenhuma sociedade se faz inclusão assim, isso parece mais intrusão do que inclusão.

Um programa sério de inclusão, seja ele de PNE's, negros, mulheres, homossexuais ou corinthianos (ooops, me desculpem, estes não), deveria ser equânime, dar chances iguais em toda a empresa para qualquer destas ditas minorias. Nunca vi em mais de 22 anos de deficiência e mais de 8 anos de obrigatoriedade da lei um processo de seleção sequer que fosse exclusivo para executivos PNE's. Vou mais fundo sabe quais as vagas que se reservam para PNE's operadores de telemarketing, analistas ( aqui estão eles de novo), assistentes, empacotadores, guias em aeroportos, e toda e qualquer função que seja de suporte, de apoio, ou pior ainda, criam uma função específica para os PNE's.

Me desculpe mas isso nunca foi inclusão, isso é marketing social do mais barato possível. Os RH's reclamam muito que não encontram PNE's qualificados, que os PNE's não são estáveis no emprego, que saem pela primeira oferta de um salário mais alto, que mudam de emprego por ser mais próximo da residência deles e outras reclamações mais ou menos verdadeiras.

Mas vamos analisar as maiores reclamações: gente qualificada se tem aos montes em todo o Brasil, o que não é sério é uma empresa querer contratar só gente qualificada na base da pirâmide, afinal não é só entre os PNE's que não existe qualificação na base, mas em toda a população brasileira, colocar a culpa na falta de qualificação é bobagem pura, falta de foco na inclusão e foco exagerado na cota.

Porque será que os PNE's não são estáveis? Não será porque os PNE's estão sendo em grande parte subempregados, apenas para a empresa cumprir a cota e com isso os PNE's  nào vestem a camisa, pensam "já que estou sendo usado vou usar eles também" e assim que um concorrente oferece um salário melhor, ou condições melhores, ou ainda um programa de inclusão efetivo eles talvez se sintam livres para procurar o seus interesses profissionais. Será que qualquer um não faria o mesmo?

E claro uma coisa é incluir o PNE outra é mostrar o quanto ele é intruso, um programa sério para PNE's tem que ser pensado em diversos aspectos, logística é um deles, em qualquer grande centro temos uma grande dificuldade de locomoção, os transportes de massa estão superlotados, são desconfortáveis e ineficientes. Será que contratar um PNE, que precise atravessar a cidade para poder chegar em seu posto de trabalho é inclusão? Um programa de inclusão tem que ser raciocinado, são inevitáveis alterações nas instalações da empresa, acessibilidade é um conjunto de ações e não uma rampa na porta da empresa.

Conheci uma ampresa nestas minhas andanças que tinha um andar para os PNE's. Isso é inclusão? Isso é a segregação mais cruel que pode haver, ou seja vamos separar aqueles "diferentinhos" ali naquele andar assim diminuímos o custo com um projeto decente de acessibilidade.

Me poupem. Ouço muita reclamação contra a legislação sobre a inclusão e muito pouca ação na inclusão dos PNE's, a única ação que vejo é a busca desesperada pelo atingimento da cota, parece um time de vendas no última dia útil do mês.

Façamos como administradores programas de inclusão de bons profissionais e não de uma minoria qualquer, tentemos atrair talentos para nossas empresas com programas eficientes, que o candidato tenha uma perna mais curta, um braço a menos, que ouça pouco ou nada e que enxergue menos que um morcego a luz do dia, mas que seja profissional a inclusão dele e com isso que a empresa consiga extrair deste profissional o que ele pode dar de melhor.

Parkinson Corporativo

Hoje tive um momento de boas lembranças, encontrei no linkedin o maior culpado pela minha escolha profissional, um ex-professor da ESPM-RJ, o Marins. Com isto lembrei que sou do tempo que marketing era Marketing e não esta profusão de especialidades, todas com marketing no título, no máximo tínhamos assistentes, que eram responsáveis por algumas ações e não por pensar em pedaços, neste tempo um gerente de MARKETING era formado para pensar estrategicamente, pensar em todas as fases de um produto, planejar ações em cada fase e implementar cada uma delas.

ïamos da discussão com a produçào, pensávamos e analisávamos pesquisas, fazíamos estudos de viabilidade, criávamos políticas de preço, estruturávamos canais de distribuição, apresentação no ponto de venda, embalagem, discutíamos planejamento de comunicação, planejamento de mídia e em alguns momentos éramos os responsáveis por propor ao time financeiro uma nova modalidade de pagamento, ou financiamento, isso quando não íamos além. Alguns chama isso de generalista, eu chamo de PROFISSIONAL DE MARKETING.

Fui formado por um time de primeira, professores de ótimas escolas e faculdades, estes PROFISSIONAIS não me ensinaram que o marketing é formado por partes, mas sim um todo. Hoje em dia vejo o marketing fatiado, temos mais cargos em marketing que jamais tivemos, algumas empresas e não são poucas e nem pequenas, confundem marketing com uma coisa bonitinha, aprovar campanha, lay out, fazer arte final, e sabe o que aconteceu com a profissão, um monte de conhecedores de pedaços de marketing, de pequenos pedaços. Aí eu, que me considero um PROFISSIONAL DE MARKETING, bem formado, bem estruturado, focado, que não sou conhecedor só do pedaço de marketing e sim do todo do marketing (culpa do Marins), sou taxado, carimbado e devidamente excluído como um GENERALISTA.

Sabe, eu aprendi com estas feras, meus professores, o que é ser PROFISSIONAL DE MARKETING, o Antomar Marins, o João Batista (JB pros íntimos) e outros tantos que não me lembro do nome, mas foram muito importantes, tantos cursos, pós, especializações, que ensinaram que ser PROFISSIONAL DE MARKETING é conhecer o negócio, integrar a solução e pensar em todo o ciclo de negócios e em cada ciclo, que marketing tem tudo a ver com finanças ( afinal quem faz o caixa), que fluxo de caixa e estudo de viabilidade econômica são papéis do marketing, que comunicação é uma parte pequena do marketing, que vendas é outra delas.

Pensar o negócio de maneira estratégica era o que o marketing tinha que fazer, mas aí criaram o gerente de merchandising, o de trade marketing, o gerente de produto, o gerente de comunicaçãoo, o de mobile marketing, o de internet marketing, o de marketing institucional, o de marketing X, o de marketing Y, isso sem falar em cargos que só o pessoal de RH entende. O que é ser analista, que Freud e os analistas de sistemas me perdoem, mas entendo assistente, consigo pensar em assessor, mas analista não tem um Cristo que consigam me fazer entender o que é.

Tudo isso me lembra a história do cego (deficiente visual pros politicamente corretos) que com uma dor dos diabos no dedão do pé esquerdo vai a um prédio em sua cidade e , por engano, entra na sala de um advogado, que muito solícito atende o cliente muito simpaticamente e diz "no que posso ajudar?". O cego vira e diz "Olha doutor, estou com uma tremenda dor no dedão do pé esquerdo, o senhor poderia me ajudar?", o advogado educadamente vira e diz "me desculpe amigo, mas sou especialista em direito.". O cego vira espantado e diz "Meu Deus, vai ser especialista lá na casa do ....."

Fico me perguntando se com tanta especialização, e me atenho à área de marketing para não ser GENERALISTA demais, não estamos usando Taylor como desculpa. A Culpa é deste cara, que pensou na especialização extremada, tempos e movimentos, para criar a linha de montagem, ou seja, ele conseguiria trocar os artesões (ou artesães??? ) por uma série de pessoas que conhecessem uma pequena parte do processo e fizessem isso apenas, até a exaustão. Com isso reduziria o custo da mão de obra, que menos especializada seria mais barata e poderia produzir um volume maior de produtos. Idéia perfeita para produtos, não para raciocínio.

Como nós administradores somos umas bestas (me incluo nisso) e como a mão de obra está se imbecilizando, algum gênio pensou " Se Taylor fez na linha de montagem, porque não posso fazer nas outras áreas e contrato gnte mais focada em uma parte de cada área, só para ver cada parte do processo ao invés de ver o todo, assim consigo reduzir o custo e posso aumentar "a produção" de raciocínio".

Acho que este administrador não assistiu "Tempos modernos do Chaplin", não viu que no final o coitado do especialista sai repetindo os movimentos tão automaticamente que ele não raciocina mais, não produz melhor e pior ainda, precisa de uma negócio que é controle de qualidade, que chamavam primeiro de supervisor, depois de gerente, aí chegamos no diretor e depois no VP.

Esta "taylorização" das funções e cargos de marketing estava no nível de assistente, subiu para o nível de gerente, depois diretoria e em algumas empresas maiores já está no nível de VP, isso faz muito bem para o ego de alguns profissionais, afinal "Sou especialista", seja assistente, analista (mesmo não concordando vamos lá) gerente, diretor, VP do que quer que seja.

Sabe o que gerou a especialização. A deseconomia em grande escala, cada vice presidência/ diretoria/ gerência destas tem uma estrutura, esta especialização tem um custo enorme que gera auto-alimentação, ou seja ela se alastra e toma conta do corpo, do cérebro e de tudo o mais em uma organização. É o parkinson corporativo.

Se a empresa não for do tamanho do nosso Senado, que tinha 180 diretorias, acho que precisamos pensar e repensar a especialização.

Antes que gritem, alguns vão dizer "O cara é louco, se desmontarem esta estrutura toda, um monte de gente vai perder o emprego", garanto que não sou contra o emprego, que não sou contra os especialistas e muito menos contra um trabalho honesto, mas fazendo uma analogia com médicos novamente.

Eu nào confio no especialista do dedão do pé esquerdo. Como ele vai poder dar solução para a minha dor sem ter visão do todo e descobrir que a causa da dor é o maldito cinto apertado que estou usando e prendendo a circulação.