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terça-feira, 10 de novembro de 2009

ANALISTA - UM ASSESSOR OU UM GESTOR SEM PODER DE DECISÃO?

Fiz duras críticas à função de analista nos textos que escrevi, não porque seja contra o analista ou quem exerce esta função, mas pela função em sí. Depois de estruturar o raciocínio e conversar com pessoas de RH descobri que o analista é o responsável por estruturar, compilar e analisar dados para a tomada de decisão de um gestor.  Bom vamos tentar analisar a função em suas principais atividades :

Estruturar a captação de informações - Esta estruturação só é válida levando em consideração o foco no negócio e na decisão, ou seja, é uma decisão de gestão ou direção e não do analista.

Compilação de dados - A compilaçào pode se dar em ERP's, sites do mercado, notícias, clientes, fornecedores ou outros stakeholders e fontes.

Analisar dados - O analista analisa os dados que vão ser levados ao decisor que reanalisando os dados tomará a decisão.

Dito isso, temos o seguinte cenário, o analista é um cargo de assessoria, suas principais funções são  estruturar , substituindo ou complementando um sistema de informações, validando este sistema ou a qualidade destas informações, depois fazer a análise destes dados de acordo com sua visão e entregar a alguém, com outra visão e cultura, para a tomada de uma decisão.

Claramente algumas atividades não só merecem como deveriam ter excelentes analistas, mas excluindo estas atividades a figura do analista é mal utilizada e mal estruturada, ele se coloca entre a deficiência de um sistema de informações e o retrabalho de sua função para o "decision maker".

Penso que o neologismo utilizado para substituir o nome Assessor se deva ao desgaste nos anos 80/90 do cargo de assessoria. Vou mais longe, o Analista faz a função de um gestor, muitas vezes, dependendo da qualidade do gestor, o analista faz sozinho esta função. Por definição de cargo o responsável pela decisão é o gestor, para tomar uma decisão sólida este gestor precisa analisar dados confiáveis sobre seu negócio, ser responsável pela decisão de determinar quais dados são importantes para a sua decisão e saber onde buscá-los. Se estas decisões são transferidas para o analista, e pelas descrições de cargo que tenho visto são, chegamos a um grande problema. Quem gera as informações não decide e quem decide não gera as informações e temos um problema sério de ineficiência, que termina em frustração.

Em minha carreira descobri que a qualidade, quantidade e o modelo de informações que auxiliam a decisão só pode ser de quem vai utilizá-las, o modelo cerebral de cada ser humano é diferente e imutável apesar de se mudar o modelo de raciocínio ao longo do tempo. Se o modelo cerebral é imutável a informação que é importante para um profissional nào é para outro e vice-versa.

Não estou com isto diminuindo a importância de informação, sou um ávido consumidor de informação, criei ao longo de minha vida mais de 100 ferramentas de BI com este objetivo, meus amigos me chamam de Mr Excell por esta característica, sou neurótico por analisar dados e procuro fazer com que os times que gerencio saibam usar estas ferramentas, informação só é válida se toda a estrutura da empresa puder utilizar ela de maneira rápida, fácil e inteligente.

O que discuto é se a função do analista não é superdimensionada, mais do que isso se não estão utilizando um cargo apenas para remunerar de maneira diferente (pagando menos do que deveriam) um gestor que tem seu poder de decisão castrado.

Podemos dizer também que o analista cumpre o papel de uma área de TI capenga, que não consegue oferecer a informação que o gestor precisa, do jeito que ele precisa e quando ele precisa, ou ainda se não estão procurando corrigir erros na formação e na contratação de gestores, que com deficiências graves em seu poder de análise, característica primordial em um gestor, se apoiam em outros profissionais na sua tomada de decisão.

Cabe ao executivo principal da empresa ou da área descobrir como tornar mais eficiente o modelo, investindo nas áreas de TI e na formação de seus gestores, com isso ele conseguirá utilizar o analista onde ele deve ser usado e não pode ser substituído por um sistema e onde ele não mascare a deficiência de um gestor.

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