Pesquisar este blog

sábado, 21 de setembro de 2013

Mercados novos, como parar de reclamar da vida...

Como disse, manter um slot não rentavel apenas para mantê-lo eh miopia, culpar isso pelo desempenho ruim da companhia é colocar a culpa no lado errado da equação.

Comparando com outros mercados diferentes, qualquer decisão de compra cancela necessariamente outra, simples assim. Não vou nem usar aviação para nao ser maldoso, mas vamos lá, quando um cliente se decide pela compra de um determinado produto/serviço, marca, modelo e preço ele cancela outras possibilidades de compra no mesmo momento. Quando falamos de produtos, bens duráveis ou os famigerados FMCG, o vendedor mantém este na sua prateleira e pode vender para outros clientes em outras oportunidades de negócios.

Quando falamos em serviços, normalmente mantemos as horas disponíveis para vendê-las para outros clientes e não as perdemos também, afinal elas podem ser vendidas para outros clientes, até o momento que deixam de ser estoque, horas passadas não se vendem, só futuras, a perecibilidade é baixissima mesmo assim.

Quando falamos de transporte regular de carga ou passageiros muda-se a perecibilidade em graus elevados, porque? Simples, fechada a porta do onibus, caminhão, avião ou da carroca e iniciada a viagem, já era. Quando, teimosamente uma empresa decide manter regularidade para mercados saturados de oferta está tentando inventar uma lei nova, segurar ar com as mãos e isso se reflete no resultado. A questão é manter os slots em CGH, ou manter os slots de CGH e SDU???

Manter os slots em um não obriga manter os slots em outro, afinal, pode-se voar de CGH para muitos outros destinos, bem como pode se fazer o mesmo de SDU, mas para fazer isso talvez seja necessário sair da zona de conforto, mostrar que o mercado evoluiu e que precisamos rever o modelo de negócio, trabalhar muito mais para abrir novos mercados, correr atrás de novas oportunidades de negócios. Literalmente tirar a bunda cadeira e fazer a lição de casa antes de colocar a culpa no governo, nos impostos, na crise ou no mercado.

Exemplificando novamente em outros mercados basta ler um pouco, vários varejistas hoje estão revendo sua linha de corte quando analisam cidades com potencial para abertura de lojas, a linha de corte que ja foi de 500.000 hab, baixou para 400, 300, 200, modelos de loja são alterados, portes são revistos, investimentos são redimensionados e hoje já se fala em cidades com menos de 100.000 habitantes.

O mercado saiu de comprador para vendedor, não porque o mercado está ruim, mas porque o mercado não está onde as companhias estão. Mal comparando, saimos de serra pelada das décadas de 70 e 80 para serra pelada hoje, ouro existe, talvez não para a operacão do tamanho que já foi, talvez não nas quantidades que já foram extraídas naquele lugar. Continuar procurando ouro lá é perda de tempo. Mas vai dizer isso pra quem só consegue enxergar uma mina para explorar.

Mas é muito mais cômodo para as companhias aéreas cobrar caro, engessar sua operação,  reclamar da crise e voar vazio, Azul e Avianca agradecem!!!

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/09/1345439-mais-concorrencia-e-desaquecimento-afetam-ponte-aerea.shtml

Nenhum comentário:

Postar um comentário